Expectativas para o mercado imobiliário em 2014
As perspectivas sobre o comportamento do mercado imobiliário nacional, em 2014, são positivas. Devemos continuar crescendo. Contudo, não na mesma velocidade. Observamos que, em comparação com o ano passado, algumas tendências serão mantidas e outras apresentarão mudanças significativas.

O dinamismo do mercado imobiliário nacional não será uniforme, em função da própria situação da economia nacional e, também, do estágio já alcançado pelas diversas classes sociais. Em geral, acreditamos que o segmento dos imóveis econômicos continuará aquecido, impulsionado pela existênciade uma demanda reprimida por novas moradias nessa faixa. Já nos segmentos de médio ou alto padrão o dinamismo poderá ser menor, por apresentar estoques comercializáveis relativamente maiores. Como consequência direta dessas situações, acredito que o preço dos imóveis de maior valor deve interromper a sua escalada, mantendo-se estável. Da mesma forma, o preço dos imóveis populares ainda admitirá algum realinhamento, com aumentos da mesma ordem ou pouco menores do que os registrados em 2013. Devemos ressaltar os efeitos da Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais (NBR 15.575) que ainda não foram sentidos.

Em Goiás, passado o período do boom iniciado em 2007 e acentuado nos anos 2010-2011 quando o estoque se elevou para atender a demanda de vendas que apresentou índice consideravelmente maior, avaliamos que 2013 foi um ano de equilíbrio, o estoque voltou aos níveis usuais e o índice de velocidade de vendas sobre a oferta (VSO) se manteve com boa média, em comparação aos anos anteriores.

Em 2014, por diversas razões político-econômicas que envolverão o País, como processo eleitoral, os jogos da Copa do Mundo de futebol, etc., poderemos observar uma peculiar redução no número de lançamentos, inclusive pelos dias úteis efetivos de trabalho que serão atípicos no ano. Neste cenário, o crédito imobiliário é a variável que mais poderá sofrer alterações, e este é um fator importante para balizar o comportamento do mercado. Após vários anos consecutivos de crescimento no montante agregado de financiamentos imobiliários, acreditamos que a contratação desse tipo de crédito apresentará leve diminuição, para ajustar-se ao novo patamar do mercado. Essa tendência, de diminuição de ritmo, também não será uniforme. O Programa Minha Casa Minha Vida, ainda que com menor ímpeto, continuará ocupando um lugar de destaque no panorama da construção civil brasileira, pois a procura por novas moradias, nas faixas econômicas que emergiram com as políticas continuadas de distribuição de renda continuará aquecida.

Assim como ocorre desde 2009, esse novo ano frustrará, mais uma vez os pessimistas, aqueles que predizem a chegada de uma bolha imobiliária no Brasil. Nesse quesito, o mercado nacional nunca esteve tão sólido e tão protegido, seja pelo seguro mecanismo de avaliação do crédito imobiliário, seja pelo montante de financiamentos contratados nessa modalidade (cerca de apenas 8% do PIB, apesar de todo o crescimento verificado nos últimos anos. Enquanto que nos Estados Unidos, por exemplo, o crédito chegou a um valor equivalente a quase 80% do Produto Interno Bruto do país em 2006, um ano antes dos preços começarem a despencar). Definitivamente, a possibilidade de eclosão de uma bolha imobiliária em 2014, bem como no horizonte de médio prazo, está totalmente descartada.

Esperamos avidamente que os gestores governamentais eliminem o excesso de burocracia, que penaliza todos os cidadãos pagadores de impostos e as empresas, que acabam tendo comprometidos os seus resultados e a sua competitividade. Infelizmente, nesta particular questão nos juntamos aos pessimistas, pois não acreditamos que 2014 será o mensageiro desta boa notícia. Mas não desistimos de insistir no fato de que precisamos destravar o Brasil. Registramos aqui nossa convicção de que essa mesma burocracia tem uma grande parcela de culpa na queda de dinamismo do mercado imobiliário neste ano que se inicia.

Fonte: Diário da Manhã 

 
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2024/4/26 | 11:44:17

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